Justiça determina pagamento de trabalhadores da Usina

Em audiência ocorrida na manhã da última sexta-feira (20), a Justiça do Trabalho de Itapira determinou o pagamento dos salários atrasados desde novembro dos funcionários da Usina Nossa Senhora Aparecida.

Para isso, a Copersucar (Cooperativa de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo) terá que efetuar depósito na ordem de R$ 3,6 milhões. A decisão é do juiz Flávio Landi. A audiência, abrigada na Vara do Trabalho, ocorreu a pedido do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Itapira.

O depósito deverá ser feito nos autos de uma ação coletiva movida pela entidade sindical contra o GVO (Grupo Virgolino de Oliveira), proprietário da Usina. O valor, segundo o Sindicato, seria suficiente para pagar os salários e direitos de aproximadamente 300 funcionários da unidade. O juiz deu cinco dias para que a Copersucar faça o depósito.

A audiência foi solicitada pelo Sindicato depois que a Copersucar foi autorizada a retirar o estoque de açúcar e álcool dos armazéns e tanques da Usina, no início do mês. Para isso, a cooperativa da qual as unidades pertencentes ao GVO são ligadas precisou depositar pouco mais de R$ 6,7 milhões como garantia de pagamento dos funcionários, ainda que a quantia permanecesse bloqueada judicialmente.

Com a audiência, a entidade sindical tentava conseguir a liberação parcial do depósito para destinar aos trabalhadores sindicalizados. Contudo, a Copersucar e o GVO não concordaram com o pedido, o que motivo o juiz a determinar o novo depósito, agora atrelado à ação trabalhista.

Para isso, segundo informou o Sindicato, o GVO deverá informar à Vara do Trabalho o valor dos salários e demais obrigações devidas a cada funcionário representado pela entidade de classe. “A decisão foi bastante correta e levou em consideração o aspecto social, já que são cerca de trezentos trabalhadores que estão sem receber seus salários há quase quatro meses”, comemorou o presidente do Sindicato, José Emílio Contessoto.

Para ele a negativa das empresas em liberar parcialmente o dinheiro depositado na forma de carta-fiança foi de “total insensibilidade”. “Nada justifica que as empresas não tenham concordado com a proposta do Sindicato. Afinal, são centenas de trabalhadores e suas famílias que estão passando por todo tipo de dificuldade, muitos sem ter como pôr comida dentro de casa”, indignou-se.

SEM ACORDO

O advogado da entidade sindical, Edson Luiz Netto, considerou que a própria Usina seria beneficiada caso o dinheiro já fosse liberado, “já que com o pagamento dos salários atrasados, os trabalhadores retornariam imediatamente ao trabalho dariam início aos preparativos para a safra” deste ano. Isso, ainda segundo Netto, “sinalizaria viabilidade econômica da empresa, facilitando seus contatos com eventuais investidores ou a obtenção de crédito”.

A audiência reuniu representantes das três empresas pertencentes ao GVO que figuram no polo passivo da ação: Virgolino de Oliveira S/A Açúcar e Álcool, Açucareira Virgolino de Oliveira S/A e Agropecuária Nossa Senhora do Carmo S/A além de representantes da Copersucar. A reportagem tentou contato com representantes do GVO e a Copersucar, sem sucesso.

Fonte: ItapiraNews.com.br